terça-feira, 23 de agosto de 2011

O Rei do Discurso

Sempre tive uma queda declarada por histórias envolvendo a realeza, em especial de reis europeus que mandaram e desmandaram em épocas e de maneiras diversas. "O Discurso do Rei" (2010) me cativou primeiramente por meu interesse prévio pela realeza e, em seguida, pelo filme tocar em um outro assunto caro a mim, a Segunda Guerra Mundial. No entanto, o filme não retrata nem um nem outro tema. A história contada é sobre um homem que se acha fraco e é gago, mas que representa toda a nação britânica. Sua fraqueza envergonha não só sua família real mas todo seu povo, seus súditos que esperavam um representante forte e vibrante. A história se desenrola de forma mais ou menos esperada e valores como a amizade, a determinação e a superação - sem pieguices - se tornam fundamentais para a consolidação de um novo rei firme, seguro e pronto para seu discurso. O filme é digno das indicações e, principalmente, das estatuetas recebidas no último Oscar.


sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Baaría - obra de arte ou desastre?


Depois do entusiasmo após assistir ao filme de Tornatore (Baaría, 2009), li algumas críticas na net e fiquei espantada com a capacidade de encontrar falhas em obras às vezes bastante caras e supostamente renomadas - ou, neste caso, o renome recai sobre o diretor. Discordo de toda a crítica lida e acredito no valor poético do filme. Pode ser longo, sim, um pouco chato, talvez, mas a riqueza de alguns detalhes e falas não pode passar despercebida aos olhos de tais especialistas. O filme tem momentos mágicos e geniais, como em uma das primeiras cenas (que encerra o filme também) na qual um dos adultos pede que Peppino compre um maço de cigarros antes que seu cuspe seque no chão. Todos se divertem muito com a aposta a não ser Peppino que precisa cumprir a tarefa. Essa cena é a porta de entrada para a narrativa de três gerações da família do próprio diretor. Nessa cena, vemos a legítima alegria italiana, o folclórico e, porque não dizer, o mágico e a memória mesclados na mesma história. As cenas em que Peppino caminha pelo vilarejo puxando uma vaca e parando de porta em porta para vender o leite fresco são, no mínimo, hilárias e ingênuas ao mesmo tempo. Em outro ponto do filme, o irmão de Peppino, já adulto, vai ao farmacêutico e pede um remédio para morrer: o balconista o atende e o faz tomar a dose no balcão mesmo! E, adivinhem, ele não morre! As mulheres sempre a esperar seus homens que voltam estoporados de brigarem por seus ideiais comunistas. O campeonato de comedores de macarrão... enfim, o filme oferece muito!
Bem, já contei demais... Agora é hora de conferir se o filme vale mesmo a pena. Depois conta aqui se vais ficar antes ou depois da porta do vento!

Abraço!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Esse é pra quem gosta!


Sim, porque, convenhamos, quantos amigos teus gostam de história? Do Brasil ainda?!! O interessante é justamente isso: que história do Brasil conhecemos? Que Brasil é esse do qual somos parte? Que mitos, lendas e outras tantas bobagens "compramos" para construir nossa própria "história"? Quais são nossos herois? A nossa música é mesmo o samba do crioulo doido? Nosso céu tem mesmo mais estrelas?

A recomendação deste livro precisa, obrigatoriamente, ser feita sob uma chuva de questionamentos, pois a ideia dele é colocar em xeque todas as certezas que temos em relação à formação cultural brasileira. Mesmo não sendo um livro didático, o "Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil" (2009), de Leandro Narloch, nos ensina inúmeras lições a respeito de nós mesmos, enquanto nação, sobre nossa postura diante dos demais países e, principalmente, sobre nossa identidade construída ao longo do tempo. A leitura é agradável, pois o autor dança entre os holofotes do palco e os seus bastidores em diversos momento. Sugiro principalmente aos leitores interessados na nossa história e nas mentiras que nos contaram na escola! Confere e depois conta aqui!!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

O que dizer de Martha?


Já havia lido alguns textos dela, mas... numa dessas resolvi mergulhar no universo que ela propõe. Ouvindo o shuáa da água da piscina, devorei o delicioso "Doidas e Santas" de Martha Medeiros. Sei que o livro já não é tão fresco assim (foi lançado em 2008), contudo o frescor reside nos temas abordados e, principalmente, na delicadeza no dizer o que todas nós (mulheres muito doidas e nem sempre santas) pensamos. Analisando os temas de modo indignado mas também bem humorado, a autora conquista seus leitores por discutir dessa(s) forma(s) desde assuntos delicados e singulares até questões que perpassam a vida de todos nós, seres humanos.
As férias estão se esvaindo, se já não se foram, mas o livro permanece como leitura de fim de tarde, na varanda, com um chimarrão, vendo a cor do vento...

domingo, 23 de janeiro de 2011

Caim


A Bíblia ainda continua sendo o livro mais lido no mundo. Sendo assim, nela estão compiladas as histórias mais conhecidas e, dentre elas, a história de Caim. Na contramão bíblica, Saramago distorce os acontecimentos relativos a esse personagem e nos apresenta outros tantos repletos de defeitos e falhas humanas. Assim como em "O evangelho segundo Jesus Cristo", o autor 'belisca' a igreja católica, o que nos leva a refletir - de mãos dadas com o personagem central, percorrendo diversos momentos decisivos da história cristã - se realmente tais fatos podem ser entendidos como possíveis e, quem sabe, verossímeis.

A leitura de "Caim" é agradabilíssima e rápida, incitando o leitor a ir até o fim em 'uma só sentada'!

Abraços e boa leitura!

Sacode a poeira!

Depois de um ano e tanto - que mais pareceu um século - retomo minhas atividades de postagem. Infelizmente, nem sempre temos tempo - ou coragem - de continuar tudo a que nos propomos.
Além de alguns livros lidos, algumas dicas de filmes também serão compartilhadas.
Abraços!

domingo, 30 de agosto de 2009

Crônica - da rejeição à exaltação




Muitos estudiosos da nossa literatura demoraram a aceitar (alguns até hoje não aceitam bem) a crônica como um gênero literário. No entanto, é visível a qualidade da maioria dos textos e a relevância deles para a nossa cultura literária.


Por isso, minha dica de leitura vai percorrer o mundo das crônicas, uma vez que são textos curtos, bem humorados e extremamente críticos. Ótimos textos para se ler no final do dia ou no intervalo do trabalho! Escolhi "As cem melhores crônicas brasileiras" (Org. Joaquim Ferreira dos Santos) e acertei! Acho que estão todas aí mesmo! Uma melhor do que a outra!


Divididos em décadas e por assunto, os textos ganham um sabor especial ora de nostalgia, ora de contemporaneidade, ora de atemporalidade! Vale a pena ler!


Algumas crônicas são de fácil compreensão, pois seu objeto de estudo está aí, explicito, dito, inconfundível. Entretanto, outras deixam a desejar no quesito objetividade e reforçam a ideia de que o gênero está tão próximo ao conto quanto a poesia da música. Essas formam um rol de crônicas indefectíveis e eternas, pois podem ser lidas e compreendidas de inúmeras maneiras pelos mais diversos leitores.


Acredito ser este o objetivo da crônica, ressaltare/ou resgatar a singularidade de situações universais através do jogo da linguagem.


quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Let's deep together

Ultimamente, tenho lido de tudo, um pouco menos literatura do que periódicos. Entretanto, estou me deliciando em um romance 'The Handmade's Tale', que até agora não deixou de me surpreender. Ainda não cheguei ao final dele, mas já me sinto parte daquela atmosfera um tanto quanto misteriosa e claustrofóbica do não dito. A autora canadense Margaret Atwood já foi congratulada com vários premios por conta deste romance, dentre eles Booked Prize (1986). Que tal o convite? Abraços!

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Tempo de voar


Opa! Férias! E será que se tira férias da leitura? Melhor, será que a leitura tira férias da gente? Que tal aproveitar esse tempinho delicioso pra pegar carona naquele livro que tá te esperando já faz uns bons meses? Ou quem sabe naquele filme com pipoca e cobertor de orelha, hein? Nada mal, não? De leitura, fica a sugestão: "As cem melhores crônicas brasileiras" (Seleção de Joaquim F. dos Santos, Objetiva). Simplesmente ótimo! Assim poderia ser definida essa obra que narra o nascimento da crônica brasileira, desde 1850, e todo seu desabrochar até os dias atuais. Pra quem é fissurado por 2ª Guerra, fica a sugestão da série "Band of Brothers" (Steven Spielberg, Tom Hanks e Gary Goetzman). São 10 episódios de extremo realismo e, ao mesmo tempo, de valorização de elementos simplesmente humanos, como, a amizade, a liderança, a noção de grupo e a sobrevivência em situações extremas.
Imperdíveis!
Leiam, assistam e comentem!
Abraços!!

segunda-feira, 30 de junho de 2008

O que há de atual na obra de Machado?


Por mais distante que possam parecer dos dias atuais, as idéias de Machado anteciparam muitas questões que foram e ainda são extremamente debatidas, como, por exemplo, a ascensão social, a cobiça, a amizade por interesses, a traição, a aparência em oposição à essência, as máscaras sociais, entre outros tantos temas que podem ser encontrados, especialmente em suas grandes obras: Memórias, Quincas Borba e Dom Casmurro. Com quantas "figuras", quantos "famosos por 15 minutos" podemos comparar os personagens de Machado? Qual é a essência humana para o autor? A sociedade em que se ambientam seus romances lembra, de alguma maneira, aquela em que vivemos? Dê sua opinião, afinal não é todo o dia que se pode discutir Literatura de verdade! Abraços!